quinta-feira, 14 de julho de 2011

CULPA OU FATALIDADES DA VIDA


Desejar um filho, uma família, um lar são questões extremamente humanas e naturais. Nossa educação e cultura estimulam ainda mais esse instinto de aconchego, afeto e proteção que todos temos necessidade. Porém, é também verdade que essas duas, a educação e a cultura nos impõe regras sociais para que ¨possamos¨ viver o que a natureza nos deu gratuitamente. Procriar entre os homens segue normas morais, religiosas, filosóficas até, que aparentemente dariam conta dos desejos e inspirações humanas
            De onde então vem a culpa quando um desses projetos, naturais e humanos de ter um filho não vinga? Esse sentimento tão comum entre os civilizados, educados, socialmente corretos surge quase sempre quando nos vemos diante do insucesso ou frustrações da vida. Alguém tem que ser o culpado da tragédia vivida. Estou me referindo às mortes, aos abortos naturais, às perdas das crianças tão desejadas e amadas por seus pais
            Em minha experiência clínica o grande vilão em primeira mão é Deus. Ele é quem determina a vida ou a morte, quem poderá ou não ter filhos, quem merece ou não, de acordo com nossa moral e religião. Em seguida, a culpa se volta contra a própria pessoa: ¨o que será que fiz errado para tal tristeza em minha vida? ¨desejei ter um filho tardiamente... fui uma má pessoa... será que escolhi errado o parceiro... minha produção independente é a causa...¨
            Você já se perguntou coisas semelhantes diante das fatalidades de tua vida? É claro que se soubessemos o caminho que temos pela frente, seus desvios, atalhos, imprevistos e armadilhas, poderiamos nos defender ou nos preparar melhor para a jornada. Nossas escolhas seriam baseadas em fatos concretos e mais seguros, porém, a mesma necessidade de aceitação teria que ir junto em nossa bagagem. Quero dizer que, conhecer os problemas futuros não os eliminaria, mas nos preparariamos melhor ou pelo menos mais realistas e menos onipotentes.
            Me parece então ser esta a questão principal aqui, a morte de nossos entes queridos nos obriga a ver que nossos desejos não são suficientes ou onipotentes para evitar as fatalidades, elas são parte da vida. Aceitar que nossos sonhos não se realizam, ou são interrompidos faz parte da jornada, de nosso caminho de vida.
            E Deus, onde entra nisso tudo? Atualmente vejo Deus em todos esses movimentos humanos, nos desejos, nos sonhos e também nas fatalidades, não como culpado ou
punidor, mas como acompanhante e companheiro apenas.
            Freud já dizia sobre a onipotência humana como sendo um sentimento infantil de ¨tudo posso¨. Crescemos aprendendo que nosso sucesso profissional e pessoal dependem de nossos esforços, dedicação e força de vontade. Isso é verdade! Mas, é muito raro que a educação recebida nos tenha preparado para as derrotas ou perdas sem a conotação de incompetência, incapacidade ou deficiências de nossa parte.
            Desejar é viver, e viver implica em possibilidades e probabilidades além do nosso simples querer! Isso é ser humano!

Noemi Lang é Psicóloga, amorosa e idealizadora da Escola da Emoção




segunda-feira, 21 de março de 2011

ENQUANTO HÁ VIDA, HÁ ESPERANÇA

Noemi Lang: "Vamos crescer juntos?

Queridos pais, familiares, voluntários da Associação Sindrome do Amor. Gostaria de deixar algumas idéias que ando refletindo a respeito da vida. A vida de cada um de nós, nosso filhos, especiais ou não, familiares, amigos, vizinhos, cidadãos desse mundo!
Tenho comigo o seguinte princípio: enquanto há vida, há esperança. Vejam quantos casos de pessoas soterradas, inundadas, maltratadas pelas catástrofes atuais em nosso planeta, quantas vidas resgatadas porque existem pessoas que acreditam no mesmo princípio que tenho.
A vida é exatamente isso, todos estamos sujeitos aos acidentes, tragédias, erros da natureza e também às alegrias, conquistas e coisas boas que temos a cada dia, cada manhã. Viver com toda essa verdade que me parece o princípio de sabedoria e equilíbrio emocional.
A psicologia nos mostra que maturidade emocional é saber viver de maneira tranquila e em paz consigo mesmo, mas, o que vivemos nem sempre nos ajuda nesta conquista psicológica, não é verdade? Por isso, profissionais como eu, associações como a nossa, movimentos diversos existem para nos auxiliar. E é nisto que nasce a compaixão entre nós, o amor se multiplica e a solidariedade são alimentados dentro de nós mesmos.
Robet Happé, um filósofo atual em seu livro ¨A Consciência é a Resposta¨ questiona o seguinte: todos nós buscamos a felicidade, o amor o bem estar. Então como explicamos tanta dor e sofrimento? Será culpa de Deus? Será culpa do mal?. Para ele é a falta de consciência que gera tudo isso. Que consciência é essa que ele fala? Vejamos... estarmos conscientes de nós mesmos em primeiro lugar, nossa capacidade de amar e ser amados, de gerar uma sociedade mais humana com princípios e valores humanos. Em segundo lugar uma consciência coletiva, ou seja, passar para nossos filhos, amigos e familiares essa consciência individual. Assim poderemos chegar à grande consciência humana.
Então, voltando ao início, encarar a vida e todas as suas possibilidades é sinal de maturidade e equilíbrio emocional, estar consciente de nosso papel no mundo é sinal de harmonia e sabedoria. Faço então um convite especial a todos interessados, vamos refletir sobre isso?
Escrevam aqui, deixem depoimentos, questões e idéias. Vamos crescer juntos?

Um abraço amoroso, Noemi Lang

terça-feira, 6 de julho de 2010

Somos todos especiais!

Quero dar início a uma série de idéias e textos que podem interessar a todos nós. Também abrir o blog para os interessados postarem suas observações e comentários a respeito.

Já perceberam como a vida é especial? A cada dia, cada manhã temos o sol, a natureza, as cores, os aromas todos ao nosso redor. Temos vida! Para a psicologia o fato de termos vida significa que temos pulsão, ou também energia vital, pelo simples fato de estarmos vivos. Isto não é especial? A pulsão nos move, nos impulsiona, nos faz buscar meios de sobrevivência e satisfação de nossas necessidades mais básicas e vitais.
Isso tudo se inicia no mesmo instante que a vida começa, no seio materno, na gestação. O feto, por instinto e movimento natural dessa energia de vida, busca satisfazer suas necessidades mais básicas. Enquanto feto recebe tudo "gratuitamente", sem esforço ou dificuldades (não estou me esquecendo das complicações da gestação, mas esse será um outro assunto). Ao nascer precisa ser satisfeito de uma forma interativa. Isso mesmo, essa palavrinha que no mundo virtual é tão usada, pensem nisso nesta relação que se inicia entre o bebê e o meio que vive, seus pais, irmãos, avós, pessoas que o rodeiam.
Aqui, nesta interação, começa o desenvolvimento do sujeito emocional que seremos, quer dizer, nos tornamos emocionais a partir dessas interações com os demais. Já pensaram nisso? Pois bem, isso torna cada cuidador, cada pai, irmão, tios, avós, de toda criança que nasce, alguém especial e responsável por essa "formação emocional" que o eu vai se desenvolvendo. Ou seja, nossa vida psíquica, nosso sujeito interno, nosso eu se forma através das interações com o meio. Chamamos essa fase de "fase do espelho". A criança aprende a se ver através dos olhos que a refletem, aprende a nomear os objetos através da voz que os nomeia em primeiro lugar, aprende o que é gostar, ter medo, ser amada, ser desprezada através desses espelhos, dessas interações com seu meio. Acreditar em si, ter auto-confiança, pensar no próprio futuro com motivação, ser feliz, tudo isso depende dessa fase interativa que se inicia na infância de qualquer ser humano.
Sendo assim, vamos pensar em como estamos refletindo o que vemos nas pessoas de nossas relações, isso mesmo, esse espelhamento continua em nossas relações afetivas por muito tempo. Acreditar na vida e no potencial de qualquer ser humano é ser espelho, estar apoiando alguém que não se vê positivamente por alguma razão é ser espelho também, no sentido de ajudá-lo na busca desta confiança interna. Como precisamos uns dos outros, não é verdade? Somos todos especiais ou não?
Em qualquer relação que estabelecemos, com qualquer pessoa, de qualquer raça, língua, crença ou condições de vida o espelhamento acontece exatamente igual! Vamos  pensar juntos sobre isso?

Vou deixar essas idéias iniciais por aqui. Se quiserem questionar, comentar... fiquem a vontade. Pretendo continuar desenvolvendo essas idéias nos próximos textos.
Um abraço amoroso, Noemi Lang

Boas vindas

Queridos pais, profissionais da área da saúde, voluntários. Espero neste espaço poder oferecer informações e também orientações a respeito de temas que poderão nos ajudar a viver melhor conosco mesmos e com as demais pessoas, tais como, vida familiar, vida social, auto-conhecimento, auto-estima, educação de crianças, etc... temas que são importantes para um vida saudável e feliz.
Aproveito para contar que nosso primeiro grupo terapêutico online está funcionando muito bem!!!
Sejam bem vindos neste novo espaço da Associação Síndrome do Amor.
Com carinho, Noemi Lang e equipe

sábado, 3 de julho de 2010

Terapia Especial

Esta é a Noemi Lang, ela é a coodenadora do grupo de psicólogos da Associação Síndrome do Amor e este espaço agora será utilizado por ela e sua equipe para postar textos, notícias que poderão auxiliar, informar e capacitar você que vive a experiência de cuidar um filho especial.
Seja bem-vindo e participe!